quinta-feira, 10 de abril de 2014
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Herança
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Um sorriso se desenhou em seu rosto quando viu que seu bebê recém nascido se parecia com ela. Teria sido terrível ter que dar explicações.
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
A Morte está triste
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Contrataram uma consultoria para melhorar o rendimento da Morte, pois os seus métodos eram antigos e fazia tempo que não se renovavam.
Pediram-lhe que trocasse o traje por um terno e gravata e que substituísse a antiga foice por uma discreta maleta repleta de armas, venenos e malignas idéias. Aplicaram protocolos e
procedimentos burocráticos.
A Morte ficou deprimida, sentada em um canto sem poder matar ninguém porque faltava um papel, ou uma permissão, ou por não haver planilhado a tempo. Mas, não se sabe como, um piano caiu encima dos consultores que tomavam conta do processo e ninguém quis substituir-los.
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
Engano
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Descobri que tudo era um engano quando acabaram as baterias do meu chefe. A princípio acreditei que estava morto, mas justo entrou alguém da manutenção com quatro baterias novas e as trocou em um instante. O chefe resmungou pela troca tardia e fez o funcionário sair de imediato.
Logo me olhou inquieto, entendi que era por eu ter descoberto.
- Você não sabia? - me perguntou. Nunca suspeitou?
- Não, claro que não. Quem mais sabe que você é um robo?
Me olhou sorrindo, como se minha ignorância o divertisse.
Aproximou-se e me desligou.
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segunda-feira, 3 de maio de 2010
Anjo Travesso
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Derretia-me ao toque de tuas carícias.
Num entorpecimento louco em teus braços.
Meio alucinada me deixava levar.
Contemplando-te, extasiada,
Como se fora um anjo somente meu.
Quanto à você.
A mais bela e prazerosa alucinação,
Fruto de um momento de imensa felicidade.
Anjo travesso que me arrebata a compostura
E que me faz delirar.
Anjo, anjo meu, remanescente em minhas lembranças.
Causando-me devaneios, quando me ponho a sonhar.
Anjo efêmero, encheu-me de prazer,
Que hoje em meus sonhos, ainda me encanta.
Quanto à você, Anjo meu!
Meus sentimentos de puro carinho,
Que eles possam te alcançar.
E com a certeza de que permanecerás em mim.
Em meus sonhos mais privativos,
Eu poderei, onde quer que eu vá, comigo te carregar.
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terça-feira, 27 de abril de 2010
Em silêncio
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Me olha, não sei em que está pensando
Te olho, não posso te dizer o que penso
Você sorri, quer saber o que sinto.
Não sei como, mas te guardo em segredo
Segura minhas mãos, talvez só como um jogo
Mas que aos poucos, me traz conforto
Me abraça, e nisso encontras consolo
Te abraço, queria deter o tempo
Ou para sempre lembrar do aroma de seu corpo
Acaricio teus cabelos, lentamente e em silencio
Enquanto quero roubar um beijo de seus labios entreabertos.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010
Busca
terça-feira, 6 de abril de 2010
Inaplicável
segunda-feira, 22 de março de 2010
Cannabis day
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Silêncio em ecos,
Ressoantes e ensurdecedores ecos
Sem idéias, inertes.
Com um olhar ausente,
Que desenha seus sonhos,
Seus passos, sua vida,
Seus sentidos.
Em instantes, faz brilhar a aura
Embaixo do asfalto
Que continua em atrito
De ação e reação,
Já que nos ecos do silêncio,
A calma abunda em seus segundos
Com idéias e armas.
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segunda-feira, 15 de março de 2010
Alguém
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Do carinho que você me devota,
Com meus defeitos que você nem nota
E meus valores que você aumenta.
Desta paz que nos transmitimos,
Neste sentimento que repartimos.
Pelo silêncio que diz quase tudo.
Deste olhar que as vezes me devora
Com meus segredos sempre bem guardados.
Desse calor sem compromisso, inconsequente.
Capaz de me entregar inesperadamente.
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terça-feira, 9 de março de 2010
Dormir
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Pudera eu dormir um pouco,
Escapar do mundo triste e louco
Porque dormir...é como morrer um pouco.
Hoje quero dormir um pouco
E morrer pouco a pouco
Porque dormir...é como morrer um pouco.
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terça-feira, 2 de março de 2010
A mesma anedota
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Perca-se nos meus olhos, em um sono profundo.
Sabemos que no final, em todos os cantos,
Somos a mesma anedota que arranca uma lágrima.
Hoje é hoje, mas nada vai mudar esta mente.
Façamos sombra e silêncio
Passemos inadvertidos ao nosso destino
De espectralidades e insuportáveis momentos insípidos
Te vejo de onde estou, o lugar é o de menos
Te observo à distância, para você sou um espectro
Nem viva, nem morta, insuportável incerteza.
Ninguém te permitiu fazer esse duelo
Te olho e relembro, conheço cada um de seus buracos
Me transformei em uma sombra indescritível
Em uma incomensurável que não pode te esquecer
Por mais que estejam tentando me ensinar aos golpes
O esquecimento é parte da construção da história
Onde ficaram esses sonhos que nos uniram?
Em que momento amor, nos foi impossível manter a luta?
Tenho saudades do seu olhar rebelde, saudades da suavidade dos seus olhos
Tenho saudades da vida que tínhamos nas mãos.
Da vertigem de sentir-nos protagonistas de uma nova história
Que parecia render-se ao nossos pés.
Te vejo e sei que continuas aí, firme
Buscando as verdades deste tremendo genocídio
Por mais que tentem te calar
Por mais que banalizem nossa história
Que já é ferida que nunca termina de fechar
Sei que vai sortear os perigos, que nada poderá te abater,
Por isso te amei tanto.
Sei que apesar do que te rodeia
Desse desamor, de um mundo vazio de utopias
Serás fiel as recordações, fiel as nossas genuinas esperanças
Saberás como chegar ao fundo da verdade.
Lembre-se sempre meu amor,
Que não há detenção
Nem torturas extorcivas
Nem aparições
Que sejam piores que estar morta em vida.
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segunda-feira, 1 de março de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Licor
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Não chove em teus olhos
Não queima em teus lábios
Não brilha em teu interior
Deixou de existir
Morreu afogado
Em álcool e naftalina
Mereceria uma estatueta
De barro batido
Porém persiste
Gelado como granito de lápide
Com cheiro de laranja podre
E de janta queimada
Prensado entre restos
De corações recém mastigados
Um se esforça
Outro desiste de cantar
E só um
Pensa em amar
Com um som afogado
As vezes cansado
E outras derrotado
É facil de notar
Está em um canto
Debaixo de um mar
De licor alaranjado
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terça-feira, 15 de setembro de 2009
Abstract Bitch
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Ela gosta de cruzar as pernas quando você passa, sobe um pouco a saia e te ensina no final de suas apostas. É uma mulher que vive nos hipódromos para roubar a sorte de homens que esperam por trás das arquibancadas. A ela não lhe cabe os sinais do trafego, nem os potes de conserva que estão de oferta na semana, ela não gosta de comprar, não gosta de roubar, nem pedir emprestado. Ela gosta de deslizar-se e deixar que os demais lhe ofereçam alternativas.
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Cores em greve
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Um mundo em preto e branco. De certa forma parece aproximar-se mais da realidade do que um mundo à cores, afinal, um mundo colorido parece não ser muito real, parece ser algo que não tem problemas ou seriedade. Colocar "preto no branco" significa trazer alguma coisa para a realidade, porque uma foto colorida pode ter como principal atração as próprias cores. Uma foto em preto-branco parece extrair da realidade o que é sonho, o que é supérfulo e o que é efeito especial. Sobra o extrato da realidade. Os extremos se tocam, e se um extremo é branco o outro é preto. Essa mistura de luz e sombra combina tanto que se separados, preto e branco parecem atrair mais preconceitos que conceitos. O preto carrega uma carga de negatividade, o branco funciona como uma garantia antecipada de boas intenções.
A realidade profunda das coisas, o preto no branco, é muito mais violenta, mais cruel, do que nos é revelada. Na nossa fantasia, ou nos sonhos, andamos fazendo montagens de um mundo colorido. A idéia de ver um mundo menos colorido é que somos manipuladores da realidade, que tentamos desmontar e desvendar um futuro. Há poucas coisas neste mundo que estão verdadeiramente no preto e branco. Entre os dois, você encontrará geralmente um arco-íris inteiro das possibilidades.
Cá entre nós, assim, preto no branco. Os dois são na verdade as melhores molduras para que os limites brilhem em todas as cores do universo.
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segunda-feira, 20 de julho de 2009
Espesso
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domingo, 12 de julho de 2009
Auto-ajuda
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Já diz a palavra, não necessita de livros onde outros te digam o que fazer.
Logo, AUTO-ajuda passa a fazer mais sentido.
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segunda-feira, 29 de junho de 2009
Coisas
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Tem coisas que nascem,
E se viram sozinhas pelo mundo
Empurradas pelo o ritmo do que se sucede
Transpassando vidas e vidas
Em um rumo bem claro
Em rumo preciso, o das sequências.
Tem coisas...
Com força de vida própria,
Além da vida que as projeta
Com a força de sua essência
Força de ser.
Tem coisas...
Que reviram uma história desconhecida
Invariável,
Que agrupa todos os homens e animais
Em uma natureza ancestral
Compondo-se sem distinguir raças,
Sem distinguir culturas, nem bondades, nem maldades;
Coisas que se recriam apenas com estímulos.
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terça-feira, 23 de junho de 2009
Sampa
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Repassando a noite
Correndo caminhos
Perambulando na noite
Desta urbana querida
De gastas calçadas
E animadas esquinas
Os lugares de agora
Com surpresas a cada passo
Adivinho cantos
Desta noite minguante
Atravesso avenidas
Desta cidade que foi minha
De noites sem tempo
Entre luzes e pessoas
Desta cidade por fim querida
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