terça-feira, 27 de abril de 2010

Em silêncio

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Me olha, não sei em que está pensando
Te olho, não posso te dizer o que penso
Você sorri, quer saber o que sinto.
Não sei como, mas te guardo em segredo
Segura minhas mãos, talvez só como um jogo
Mas que aos poucos, me traz conforto
Me abraça, e nisso encontras consolo
Te abraço, queria deter o tempo
Ou para sempre lembrar do aroma de seu corpo
Acaricio teus cabelos, lentamente e em silencio
Enquanto quero roubar um beijo de seus labios entreabertos.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Busca

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Quando era pequeno, recortou uma foto de uma revista de uma humilde casa de tijolos com as paredes cobertas de flores, em algum lugar não identificado. Por alguma destas compulsões que habitam o espírito humano, dedicou anos buscando aquela casa, procurava pistas que permitissem localizá-la. Percorreu muitos países e mostrava a foto já amarelada para todos que cruzavam seu caminho. Um dia alguém ligou para dizer que havia visto a tal casa. Temeroso de perder o que dava sentido à sua vida, desligou antes que aquela pessoa pudesse dizer sua localização.
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terça-feira, 6 de abril de 2010

Inaplicável

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Mais uma vez vem o sal burlando a razão, a teoria, o que um cético se nega a aceitar.
Se contradiz, se cansa e se enrrosca em um abraço que é a prova irrefutável de que a hipótese é inaplicável.
A teoria foi burlada, mas a indecisão continua impávida, e mesmo que esteja se desfazendo em mil pedaços, continua inteiro, porque isso é o que somos: frações unidas somente pelo sentimento que justifica a respiração e que ao mesmo tempo nos detém.
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