segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Acordes com Contratempo



Às vezes, parece que nem tudo é tão absurdo;
Quando observo a chuva incansável em minha janela
Seu frágil toque sobre estruturas sólidas,
Seu deslizamento sonoro pelo ar

Batendo gota a gota
Musicalizando o tempo
Com seu tórrido sentimento de nostalgia
Sua queda invunerável

Como uma encenação de choros embelezados
Transporta meu corpo inteiro
Meu espaço
Meu ser e sua conexão

Assim pelo tempo, permaneço.
Para me refugiar dos rugidos do nada
Tudo se detêm,
Menos alguns acordes sureais

A chuva marca meu passo
A melodia é ancestral
Sua origem remota é minha dança agora
E fico acompanhando a chuva nesse tempo de contratempos.





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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Morte absurda


Sempre no caminho de casa passa por aquela rua, aquela em que brincava desde pequena, aquela rua que se sente segura. Não esperava, pois nem sabe que à uma hora uma mulher deixou um homem, nem sabe que ele não pode suportar, e que prefere ver-la morta à deixar que esteja com outro, e que bebeu, e que quando ela saiu de casa batendo as portas, ele bebeu mais e agarrou uma faca. Foi atrás dela. Ela não sabe, que justo nessa rua avistará uma mulher correndo, sangrando. A abraça para que não caia, e ele vem atrás, furioso de raiva.
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