quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O culpado


Faz algum tempo, quando as coisas iam bem, entrei na internet por conselhos de um amigo para fazer alguns investimentos na bolsa. Comecei comprando alguns valores e um par de warrants, seja o que seja isso.
Logo fui me animando e, sem me dar conta, cliquei onde não era.
De repente, ví nos indicadores que a bolsa de Tókio estava em queda. Tentei clicar no 'desfazer', mais fiz algo errado e Wall Street caiu também . Tentando arrumar tudo, deixei sem fundos alguns bancos.
Quando ví o que tinha feito, desliguei o computador e dissimulei.
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sábado, 18 de outubro de 2008

Anestesia






Te atrai o fogo e as luzes
És mais um desta raça inerte
Teus gurús são pírulas
Teus dedos são agora
A continuação da máquina


Teus olhos incorporaram os signos
Teu coração se cobriu em látex
Injetarias chumbo no corpo para sentir algo
Que não seja anestésico
Estás perdido


Onde ficou seu amor pelos circos?
Quando deixou que as coisas fluam?
Quanta Ketamina seu sangue absorveu?
Já devorou seus monstros internos?


Bem vindo ao inferno dos inocentes
O purgatório já não existe
Somos o que deixamos de ser
Por covardes.





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sábado, 11 de outubro de 2008

Perigos da cidade



Uma anciã sentada na praça principal, com sua voz rouca e que sente o peso da idade, começa a dar dicas ao forasteiro: Se vai visitar algum dos bares do centro velho, não deixe de entrar em um curioso local, perto das ruinas da antiga igreja. Uma porta pequena parece esconder a entrada, há pouca luz e os frequentadores gostam de visitantes novos.
Conversam e contam a história do local, e pode ser que te convidem para as suas bebidas preferidas. Seja amável e não mostre seu medo, pois eles sentem o cheiro do medo. Quando notar que a noite se faz mais densa, quando você precisar de sua dose de luz do dia, prometa voltar outra noite. Talvez te deixem sair.
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domingo, 5 de outubro de 2008

Mini bangs

De algum momento, de algum final, de alguma explosão...
Somos big bangs, mini bangs, somos micro mundos que se expandem até o desconhecido e que derrepente se contraem devorando espaço.
Nossos mortos são buracos negros, nossa memórias devolvem imágens que já não estão alí. O universo, como nós, se expande, se emociona, se contrae, se divide.
Vive assim, um big bang, um mini bang.

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