quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Ares azuis

Simetrias voam em seu corpo
Geometrias se compreendem ao leve tocar
Você e eu somos figuras incongruentes
Seria tudo tão simples se eu me tentasse mais
Interligar-nos de paisagens multicoloridas
Silhuetas de aves fundidas em azul
Você e eu somos ignorantes diante de tanta natureza
Seria tudo tão azul se no ar fossemos nos encontrar.

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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Brinquedo e Epílogo


Entre caprichos e jogos cristalinos surgem alguns abraços com sal, com gosto. E a vida se molha com aquarelas de sentimentos enquanto dilapidamos hipócritas conveniências.
O tempo cruel perde seu poder e nossos instantes são escritos com tinta que jamais se apagará. Você não é um brinquedo, mas conheço seus abandonados cantos.
Pendurei no varal do esquecimento, cortei as cordas do meu respirar e agora ambiciono cuidar da resina que formamos e comprovar através desse âmbar que nem um furação poderá balançar.

Se soubesses que o sangue das minhas cortadas veias foram certa vez o bálsamo de nossa quebrada história, mancharia minha vida com palavras vermelhas.
Traga o último capítulo do epílogo que espera seu turno, e não penso escrever-lo com estrofes torcidas. Minha melhor opção é te ter no meu mais doce egoísmo.
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domingo, 17 de agosto de 2008

Sou mulher

Que se renova com novas ou velhas salivas e também com sorrisos, não poderia haver nada mais imediato e sutil que um sorriso, nada mais vivo, brilhante e sublime como um sorriso e um beijo natural, o mesmo necessário, o mesmo que nos reanima, que nos dá vida e que ao mesmo tempo nos presenteia com um sutil semblante da vida, carícia nova e cotidiana.
Sou mulher.. que se renova com salivas e sorrisos.




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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Doce Ignorância


Aquele sorriso costumava me trazer calor
Necessário em toda parte
Para me lembrar da rapidez de nosso tempo
Eu nunca entenderei o significado do que é certo
Suscito fantasias, sempre ao meu redor
Despindo sentimentos por essa terra
Buscando curar meu mundo
Sonhando com estrelas
Descanso na grama, observando os pássaros
Respiro o orvalho da manhã
E descubro que o amor é a origem dos sonhos
Vida efêmera, tocada por um
Teatro da vida, atriz de tragédias
Eu choro por ter o que temo em perder
Exemplo de beleza e desprezo sedutor
Perdida em versos
De um canto só meu
Parada nos portões do paraíso
Escravizando minha alma
E a doce ignorância continua desfilando.



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terça-feira, 12 de agosto de 2008

Classe média, média classe

Meio rica
Meio culta
Entre o que acredita ser e o que é
Meio distante, meio perto

Desde o meio, olha meio mal
Aos negros
Aos ricos
Aos sábios
Aos loucos
Aos pobres

Se escuta um Hitler
Meio que gosta
E se fala um Che
Meio também

No meio do nada, meio em que duvida
Analiza até a metade todos os feitos
E meio confusa sai as ruas com meia panela
Então meio que chega a se importar
Com os que mandam em meio as sombras

As vezes só, se dá conta
Meio tarde
Que a usaram de peão
Em um jogo de xadrez que não compreende
E que nunca vira rainha

Assim, meio raivosa
Se lamenta
De ser o meio de que outros comem
Ao meio de um meio que não entende nem meio.



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Agora meus textos estarão aqui!

Para meus textos antigos visite:
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